Sócios

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A voz

A voz que sussurra, sussurra enfim
você se emburra, emburra sim
meu peito esmurra, esmurra em mim
a língua que urra!, urra sem fim

A voz que não sai, não sai nunca mais
vai e vem, vem e vai, vem e vai, vai e vem
o órgão contrai, contrai e me faz
ecoando um ai!, ai! meu bem me desdém

A voz que fala, fala baixinho
suplica, te cala, cala te bem
te abala, encurrala, encurrala no ninho
meu corpo embala, embala alguém

A voz que grita, grita no ar
que ainda acredita, acredita no amor
no entanto cogita, cogita acertar
que és favorita, favorita Senhor

A voz que cala, cala te olhando
desacasala, e acasala, te quero
teu olho arregala, arregala pensando
e o sino badala, badala sincero.

Kleber J G Martins

sábado, 29 de janeiro de 2011

Lei da sobrevivência

O mosquito come o homem
a aranha come o mosquito
a lagartixa come a aranha
que é morta pelo homem

O homem mata por matar
lagartixa o homem não come
homem mata homem
porém homem não come homem

O homem mata mais um
o homem come pouco
não passa de louco
de um animal comum

O homem quando morre
causa guerra natural
as larvas e micróbios correm
pra comer mais um animal

A natureza é assim
normal, me conformo sim
é inevitável afinal
a Lei, é essa e ponto final.
 
 
Kleber J G Martins

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Meu eu

Eu não procuro mais...
... meu eu, não me aguenta
mais, tenho que aguentar...
... meu eu, tanto faz

Eu, não quero mais...
...meu eu, não me quer
mais, tenho que querer...
... meu eu, agora diz

Eu, não amo mais...
... meu eu, não me ama
mais, tenho que amar...
...meu eu, sou capaz

Eu, não procuro mais...
... meu eu, não me procura
mais, tenho que procurar...
... meu eu, não vou atrás

Eu, não aguento, não quero
não amo e nem procuro
onde está meu eu agora?
tenho que sair desse escuro!
 
 
Kleber J G Martins

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Vestido verde-claro

Teu vestido verde-claro
de lindas flores esta cheio
no teu corpo faz contraste
no meu peito, um sarandeio

Teus olhos, olho firme
como olho para o céu
na tua face faz mistério
na minha mente, um escarcéu

Teu cabelo é moldura
é teu charme, um apego
no teu rosto fica lindo
me pedindo um chamego

Teus lábios desenhados
pela cor de um batom
brilham como a luz do dia
e me faz sair do tom

Ontem fui dormir mais cedo
para escrever o que escrevi
e falar dos meus desejos
e da paixão que já senti.


Kleber J G Martins

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Saudade sua

Eu sinto em meu peito
o coração bater
uma vontade louca
de dizer

Que quero outra vez você
Que quero outra vez te ter

Eu sinto em meu peito
o coração pulsar
uma vontade louca
de te amar

Eu quero outra vez você
Eu quero outra vez te ter

Eu quero te sentir de novo
nos meus braços
sentir teu corpo no meu corpo
um abraço

Saudade sua, lua
Saudade sua, nua.

Kleber J G Martins

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A volta de Julieta

Certo dia falei de Romeu
Que ser, era um desejo meu
Me cobraram rosa e violeta
A falta que fez Julieta

Hoje vim, pra falar dela
uma flor no jardim, bela
a Julieta de meus dias
sem desgraças nem tragédias

Claro que esse amor é proibido
Muito menos permitido
Eu por longe viver
Julieta se comprometido ter

Na Julieta do passado
O amor tinha dominado
O final é de tristeza
Ficando só sua beleza

Na Julieta de meu tempo
Eu juro que me contento
Apenas lindos recados
Nos e-mails ficam guardados

Sem beijos nem duelos
apenas carinhos singelos
Ah! Julieta é o mesmo fado!
De um Romeu que sofre calado.


Kleber J G Martins

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Diálogo da consciência

O que eu queria? (me perguntas)
Escrever uma bela história (eu respondo)
que ficasse na memória (complemento)
como a luz do sol no dia (eu concluo)

O que eu seria? (me perguntas)
um personagem de coragem (eu respondo)
que armado resgatasse (complemento)
aquela bela guria (eu concluo)

O que eu faria? (me perguntas)
a tomaria em meus braços (eu respondo)
feito nó como em dois laços (complemento)
e seus lábios beijaria (eu concluo)

E no final dessa história (digo ainda)
um herói, eu (penso)
que como um Romeu (complemento)
teria honra e glória (eu concluo)

sábado, 22 de janeiro de 2011

Dicotomia

Verdadeiro, meu amor,
falso, meu pudor.
Bom, meu sentimento,
ruim, meu pensamento.

Verdadeiro, minha coragem,
falso, meu medo.
Bom, minha sinceridade,
ruim, minha hipocrisia.

Verdadeiro, minha saudade,
falso, a crueldade.
Bom, ser feliz,
ruim, ser juiz.

Verdadeiro, meu intento,
falso, meu julgamento.
Bom é defender,
ruim, denunciar.

Verdadeiro é você,
falso sou eu.
Bom é ter,
ruim te perder.

 
Kleber J G Martins 22/01/2011


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ah! meu velho violão

Ah! meu velho violão
na parede encostado, arrimado
hoje à parte aposentado, de lado
já soltou cada som

Ah! meu velho violão
de braço empenado, deformado
descascado, descarnado
não afina mais no tom

Ah! meu velho violão
de corda oxidada, enferrujada
quando tento uma ponteada, pontilhada
machuca minha mão

Ah! meu velho violão
muito me alegrou, inspirou
foi quem te conquistou, te granjeou
toquei cada canção

Ah! meu velho violão
de cor forte e brilhante
do seu olhar, do seu semblante
traz muita recordação.

Kleber J. G. Martins 21/01/2010

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Auto lá!

Escrevo um auto
Fazendo auto-análise
Da minha autobiografia
Evitando autocensura

Tenho autoconfiança
Do autoconsumo
Mantendo autocontrole
De toda essa autocracia

Autocrata? Eu?
Pura autocrítica
Sou autóctone
Autodefendendo-me

Auto-de-fé? Para que?
Me autodestruir?
Minha autodeterminação
Diz que sou autodidata

Auto-estimo muito isso
Faço minha autogestão
Receitando autógrafo
Como automedicação

Minha autonomia
Auto-oscila
Na autopreservação
Descartando uma autópsia

Faço autopunição
Como todo autor
Crio um autoretrato
Puramente autorizado

E consta nos autos
Da autosuficiência
Que minha autoria
É autônoma e autotélica.


 
Kleber J. G. Martins



quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Curta-metragem

De repente para a vida acordei
E veio forte em minha mente
Tudo aquilo que sonhei
E que devo esquecer infelizmente

Veio forte em minha mente
Muitas coisas do passado
De quando era adolescente
Nada pode ser mudado

Tudo aquilo que sonhei
Era um filme curta-metragem
E as fotos que eu tirei
Hoje sei, eram bobagens

Devo esquecer infelizmente
Quero mudar e viver
Ser feliz naturalmente
Ao lado de um bem querer.


 
Kleber J. G. Martins 19/01/2010


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Sonho de sonhador

[Essa noite...

...devaneios, sonho de sonhador
sonhei com o impossível
sonhei que te abraçava,
beijava e sentia teu calor

...desvario, sonho de sonhador
delirei talvez, acho
delirei que tinha você,
que carinhos fazia, como um beija-flor

...ilusão, sonho de sonhador
miragem eu via
miragem sua na luz da lua,
dizendo palavras de amor

...êxtase, sonho de sonhador
embriagado eu estava
embebedecido no trago,
impossível ter esse amor

...acordei suado]

Kleber J. G. Martins 18/01/2010

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Castigo sem fim!

Joana gosta de Pedro
que gosta de Ana
que ama, Alfredo
mas tem medo, medo!

Carla gosta de Paulão
que gosta de Júlia
que brilha, por João
que emoção, emoção!

Maria gosta de Fábio
que gosta de Cláudio
que já foi de Adão, de Adão?
decepção, decepção!

Flávia gosta de Eduardo
que gosta de Rosi
que faz pose, pro Fernando
se encontrando, se amando!

O amor é assim
faz isso comigo, faz contigo
faz sorrir e sofrer, põe de castigo
castigo sem fim!
 
 
Kleber J. G. Martins 17/01/2010

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Das coisas boas e do passado

Hoje foi especial
conversamos e lembramos
das coisas boas e do passado
do tempo que juntos passamos

Seus olhos lacrimejaram
pude até sua angústia sentir
das coisas boas e do passado
do filme que te fiz assistir

O filme que passou
não tem mais reprise
das coisas boas e do passado
do amor que termina com crise

Não sei mais o que sinto
não tenho mais desejos
das coisas boas e do passado
as lembranças dos teus beijos

Muito tempo já passou
hoje eu desabafei
das coisas boas e do passado
e do amor que eu te dei.

Kleber J. G. Martins 15/01/2011

domingo, 9 de janeiro de 2011

Coisa et al

Não quero rimar nada
Nem quero casar palavras
Não quero compromisso
Nem iludir teus olhos

Ao ler o que escrevo
Espero que entenda
Que só quero escrever
O que não posso te dizer

Quero falar da tua beleza
Da natureza, do teu olhar
Das sobrancelhas bem feitas
E do teu caminhar

Quero falar do teu sorriso
Do paraíso, teu jeito de falar
Do teu cabelo cor de sol
E do teu pensar

Se rimei alguma coisa acima
Foi mera coincidência
Não forcei nada mesmo
Só das palavras descuidei

Não quero escrever mais nada
Peço desculpas ao leitor
Não se trata de ignorância
Falta de respeito ou coisa et al.

Kleber J. G. Martins 09/01/11