Sócios

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Só sei que nada fui...

O "ontem" é passado, o "amanhã" é futuro, o "hoje" é a vida, tento esquecer o passado, ter esperança no futuro e viver o hoje. Se ainda não fui nada, nem de importante nem de insignificante, talvez seja por falta de oportunidade ou por simples mérito do destino que ainda não enviou o cavalo encilhado pra correr na minha estrada.

Até hoje não fui nada, só o vazio, uma saga
como um corpo no espaço, no vácuo
querendo um lugar ao sol, lutando por uma vaga

Nunca fui como Dante, nem fui cavaleiro templário
nem Fariseu, nem Grão-Mestre da Ordem
nem poeta renascentista, muito pelo contrário

Nunca fui profeta, tampouco vi o Apocalipse
não escrevi a Divina Comédia, não fui Milenarista
não vi nascer o sol, nunca presenciei um eclipse

Não fui Francisco de Assis, nem Antônio de Pádua
não reneguei o Pai, não fui contra nosso Irmão
não conheci Grécia nem Roma, ainda não virei estátua

Não fui Bernardo de Claraval, nem Henrique de Borgonha
não formei o reino de Portugal, nem descobri a Terra Prometida
não vi Dom João VI fugir, quanto mais ele passar vergonha

Não fui nenhum monarca, não vim junto com Colombo
nem da Ordem de Cristo, nem Jesuíta das Missões
não entrei mato a dentro na descoberta do Novo Mundo

Não fui importante na história, não tenho raiva do mundo
não estou nos livros, nos contos, nem na memória,
sem passado nem futuro, não passo d'um pobre vagabundo.

Kleber J G Martins


6 comentários:

  1. Os versos se parecem muito com textos do tipo: "Não vou falar de violência, nem de meninos abandonados, muito menos de fome", - mas já falou, rsss. Você fala repetidamente "nunca fui isso ou aquilo" e me pareceu uma forma de dizer o quanto é desimportante não ser este ou aquele personagem, ou herói ou seja o que for. O que realmente importa, é sermos nós mesmos e, por mais que aparentemente não sejamos importantes na "história", esta contada pelos vencedores e que nem sempre é real, somos importantes na nossa própria história. Isso que vale.

    E como vc citou o Mário Quintana, que disse "Não tem porque interpretar um poema. O poema já é uma interpretação", cito Gaston Bachelard que afirmou: "na repercussão [...]. Parece que o ser do poeta é o nosso ser". Ou seja, quando gostamos de um poema, como eu gostei do seu, gostaríamos de tê-lo escrito, e ele é nosso, de certa maneira.

    Muitos beijos Poeta!

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  2. Que lindo!!!!!!!!!!!!
    Amei!
    Bloody kisses!

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  3. oi Rose... brigadão pelo seu comentario, adorei, vc sabe que gosto das suas participações aqui... muitos bjos... a poesia é complicada de ser interpretada... mas nao tente encontrar a minha interpretação, tente encontrar a sua e você verá que tudo fica mais fácil... bjos

    kleber j g martins

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  4. Oh Susy... adoro quando vc passa por aki... vou t fazer uma visita tbm... pq adoro o teu blog... tem sempre coisas maravilhosas lá...bjos

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  5. Seu trabalho me emociona, fiquei um tempo sem passar aqui... como me arrependo.
    É tanta coisa linda.
    Este post já esta no meu blog...

    http://professorinhamuitomaluquinha.blogspot.com/2011/03/so-sei-que-nada-fui.html

    beijos

    Tem selinho para vc lá.

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  6. Obrigado prof. Que bom que você gostou. eu tava mesmo sentindo a sua falta por aqui. um super beijo.

    Kleber J G Martins

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