Sócios

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Olhudo
O fogo está aceso e ela já aquece o óleo. – Ela quem? – A frigideira! Ora essa! Tem gente que diz que faz mal. – A frigideira quente faz mal? – Não! O que vai ser feito nela. O problema não é o sujeito e sim o adjetivo. – O que quero dizer? – Quero dizer que a fritura faz mal, mas cozido eu não gosto. Ovo – sujeito, frito – adjetivo.
Não posso deixar aquecer demais o azeite. Aliás, lá na minha terra, não dizemos azeite, nem banha, e sim óleo, azeite só de oliva e banha de porco pouco se usa na cozinha. Aqui no Sul alguns dizem “estralar” mas eu prefiro dizer fritar. – Putz! Fiquei de trova e o óleo aqueceu demais! Mas que nada! Eu baixo o fogo.
Vou fritar então, quebro a casca, com cuidado e abro as partes um pouco acima do óleo, com cuidado, deixando que o conteúdo caia na frigideira. Não costumo virá-lo, para que não fique duro e com a colher, dou banhos de óleo quente por cima do núcleo, com o objetivo de criar uma casquinha dura, afim de não furá-lo ao ser retirado da frigideira. Esse processo só faz quem gosta dele mole, se não, é só fritar bem dos dois lados e você o terá duro.
Sempre gostei mole, acompanhado de um pãozinho e uma xícara de café ou com arroz branco no almoço. Apesar da sua riqueza em nutrientes eu não recomendo o consumo diário, corre-se o risco do organismo sofrer grande rejeição se anojando dele. Se o consumo for moderado, digo que as vezes o organismo chega a pedir por um. Sempre que faço ele frito, acho graça e me lembra meu irmão, que o chama de “olhudo”, – Que bobagem! É só um ovo frito.


Kleber J. G. Martins – 06/08/2010

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