Posso eu ficar no escuro?
Sem nada ver? Sem saber
O que se passa? Nem ver
A luz no buraco, no furo?
Posso eu ficar preso?
Sem nada sentir? Sem tocar
A minha volta? Nem pegar
E saber o tamanho, o peso?
Posso eu ficar sem respirar?
Sem nada cheirar? Sem aspirar
A sensação? Nem suspirar
E saber o odor do amar?
Posso eu ficar sem escutar?
Sem nada ouvir? Nem o pisar
Dos teus pés? Do teu calcanhar
E saber quando você chegar?
Posso eu ficar sem degustar?
Sem nada sentir? O paladar
O doce amargo azedar
Da tua língua, teus lábios, beijar?
Kleber J. G. Martins 11/09/2010
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