Da sacada, longe, olho o rio e a estrada
olho o horizonte, tentando ver o além
como alguém que olha para o nada
Da sacada, perto, olho a rua e a calçada
olho a chuva descendo, a enxurrada
também os galhos judiados pela invernada
Da sacada, olho tudo e não vejo nada
olho o dia passar e o inverno chegar
a neblina das manhãs e a vida maltratada
Da sacada, faço uma arquibancada
olho curioso, como quem não quer nada
a loira que passa e a morena, que graça
Na sacada, a loira que passa me olha
e a morena, essa nem na sacada...
Kleber J G Martins
Da "sacada" da vida vemos muita coisa passar , desde os dias as vezes entediantes , tristes, sem expectativas de mudanças. Vemos também pessoas que vão e vem, algumas que queremos que permaneçam em nossas vidas mas que se afastam sem que entendamos o porque. Enfim das sacadas sejam elas reais ou não muitas coisas vemos passar e em alguns momentos gostaríamos de poder modificar o que vemos.
ResponderExcluirLindo e reflexivo poema você escreveu querido poeta.
Beijos em seu lindo coração
Márcia Canêdo
Afastamentos são muitas vezes totalmente explicáveis, apesar de não aparentarem isso. Há vezes em que nos afastamos daqueles que se afastam de nós. Muitas vezes pensamos que o melhor é permanecer ao lado de certas pessoas e relutamos quando há o afastamento. Mas acredito que haja vontades superiores, que nos guiarão para o caminho mais adequado. Se ocorreu um afastamento, infelizemente, é porque tinha de ser assim.
ResponderExcluirBelo poema, como sempre.
Bjo