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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Da sacada

Da sacada, longe, olho o rio e a estrada
olho o horizonte, tentando ver o além
como alguém que olha para o nada

Da sacada, perto, olho a rua e a calçada
olho a chuva descendo, a enxurrada
também os galhos judiados pela invernada

Da sacada, olho tudo e não vejo nada
olho o dia passar e o inverno chegar
a neblina das manhãs e a vida maltratada

Da sacada, faço uma arquibancada
olho curioso, como quem não quer nada
a loira que passa e a morena, que graça

Na sacada, a loira que passa me olha
e a morena, essa nem na sacada...

Kleber J G Martins

2 comentários:

  1. Da "sacada" da vida vemos muita coisa passar , desde os dias as vezes entediantes , tristes, sem expectativas de mudanças. Vemos também pessoas que vão e vem, algumas que queremos que permaneçam em nossas vidas mas que se afastam sem que entendamos o porque. Enfim das sacadas sejam elas reais ou não muitas coisas vemos passar e em alguns momentos gostaríamos de poder modificar o que vemos.

    Lindo e reflexivo poema você escreveu querido poeta.

    Beijos em seu lindo coração

    Márcia Canêdo

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  2. Afastamentos são muitas vezes totalmente explicáveis, apesar de não aparentarem isso. Há vezes em que nos afastamos daqueles que se afastam de nós. Muitas vezes pensamos que o melhor é permanecer ao lado de certas pessoas e relutamos quando há o afastamento. Mas acredito que haja vontades superiores, que nos guiarão para o caminho mais adequado. Se ocorreu um afastamento, infelizemente, é porque tinha de ser assim.

    Belo poema, como sempre.
    Bjo

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